Rita de Cássia Rodrigues Pereira

Psicóloga e Psicanalista

  (11) 99988-9995

DOR DE AMOR

por Rita de Cássia Rodrigues Pereira

Definição, Sintoma e Tratamento 

DEFINIÇÕES:

Poderíamos ficar aqui por horas falando sobre o amor ou ainda o que seria o verdadeiro amor. Pegaríamos desde Sócrates e Platão, até mesmo Freud e os escritos de Lacan sobre o amor.

A minha intenção é clara na medida em que procuro adentrar no que vem a ser o Amor por uma pessoa e as variantes desse “Amor”. Quando digo variantes penso em algo que apesar de “parecer amor” causa sofrimento... Então o que vem a ser esse amor que causa sofrimento?

Estou falando da Dor de Amor de Mulheres que se dizem amar demais.... Não que sejam somente mulheres, encontramos também homens que amam demais.

No entanto, as mulheres costumam cuidar-se mais que os homens e por isso aparecem com maior frequência nos consultórios à procura de ajuda, apesar de que isso, já está mudando.

Quero passar por algumas etapas que ajudarão as pessoas saberem quando está na hora de procurarem ajuda para tamanho sofrimento, que passa dos limites e atinge o patológico.

O amor é um sentimento puro, leve, não limita e nem aprisiona... O amor faz  troca, promove crescimento, faz caminhar lado a lado. O amor não causa dor.

Quando amar significa sofrer é um sinal de que estamos amando de forma errada ou a pessoa errada. Quando uma pessoa não quer um relacionamento nada fará com que ela fique. A pessoa só consegue controlar ela mesma. Mais ninguém.Como podemos entender quando há algo errado com o amor que sentimos e quando realmente precisamos procurar por ajuda? 

DOR PSÍQUICA

Ao contrário da dor física, na dor psíquica não ocorre lesão aos tecidos, mas de alguma forma ela dá um jeito de se instalar no corpo, como fazendo sintoma, como um sinal de que algo caminha muito mal, ao mesmo tempo, um alerta de que está na hora de procurar por ajuda.

De que forma a dor psíquica pode fazer corpo? Quando o sofrimento psíquico é grande pode aparecer no corpo de alguma forma. A ansiedade é tamanha que começa a gerar fobias, pânico, sudorese, palpitações, problema no estômago e aí vai...

O motivo que desencadeia essas sensações está quando a pessoa sente alguma ameaça de perder a pessoa amada. Portanto, pode não ser a causa, mas o motivo que faz desencadear está no laço que a pessoa mantém com aquela que ama.

Freud fala do trauma como algo que faz marcas. Ele menciona que o nascimento e mesmo o desmame causam traumas. A pessoa é marcada por toda uma vida. Ela tem marcas de sua família e da sua cultura.

Assim, a dor psíquica ou dor de amar ocorre quando há a ruptura brutal do laço que nos liga ao ser ou coisa amada, suscitando um sofrimento interior, sentido como um esfacelamento da alma, deixando para a pessoa que sofre a vida completamente sem sentido.

Freud diz que nunca estamos tão mal protegidos contra o sofrimento como quando amamos, nunca estamos tão irremediavelmente infelizes como quando perdemos a pessoa amada ou o seu amor.

Essa ideia mostra o paradoxo entre o amor e a dor. Mesmo o amor sendo uma condição humana terá como reverso a premissa inevitável do sofrimento. A pessoa acredita que a causa da sua dor está na perda do outro quando na verdade a causa não está fora e sim dentro dela mesma, dentro do seu próprio eu, nos seus alicerces. Fazendo parte de marcas que talvez ela desconheça de uma forma consciente. 

O PATOLÓGICO (Sintoma)

O ser amado é sentido para a pessoa como insubstituível, não que ele seja efetivamente. É a pessoa que ama que atribui ao ente amado o poder de ser único. A angústia aparece quando existe a ameaça da perda do ser amado, ou seja, está associada simplesmente ao imaginar a ausência do outro.

O patológico seria quando a pessoa luta com todas as forças para que não cesse a dor, ou seja, o relacionamento mesmo que doentio. Algo que chega ao masoquismo. Mesmo diante da comprovação de que o outro não deseja o relacionamento. A pessoa que ama não se permite deixar de amar e não demonstra esforços para isso, ou literalmente, não consegue. Fica obcecada em molestar o ser amado de forma obsessiva a ponto de se deixar machucar ou ao ponto de sofrer humilhações por parte do outro.

A culpa é uma variante da angústia. É uma reação diante da ameaça da retirada do amor do ser amado. Chega a pensar que tudo acontece por culpa dela.

Passa a acreditar que tudo aconteceu por uma série de coisas sem fundamento, como por exemplo: acredita que foi no momento que voltou a estudar e saindo do campo de controle que tudo aconteceu. Que foi quando saiu com amigos para um happy hour ou quando por alguns dias, fez hora extra ou viajou a trabalho, ou seja, quando esteve ausente da pessoa amada, mesmo que em pequenos momentos.

No temor da retirada ou perda do amor a pessoa sente como um castigo, como se estivesse sendo castigada por algo que fez. Uma severa culpa imaginária.Passam assim a vigiar o ser amado de forma obsessiva com inúmeras ligações telefônicas, abrindo mão do relacionamento social, amigos, trabalho, estudo, para viver em função da pessoa amada. A  situação se torna sufocante para aquele que “ama” e principalmente para o amado.O indivíduo se aliena no outro, se funde, deixa de existir, “morre”.

Para Lacan um significante é sempre a repetição de outro significante e mais adiante falará do gozo. É claro que existe um movimento de gozo em toda essa situação.Segundo Freud, “Não é sob a forma de lembrança que o fato esquecido reaparece, mas sob forma de ação. O doente repete, sem saber que se trata de uma repetição”.

A ANÁLISE (Tratamento)

Nesse momento podemos contar com a ajuda psicanalítica, onde a análise irá trabalhar a verdadeira causa da dor no reino do “Isso”. (Aforismo Freudiano – “Ali onde estava o Isso, o Eu deve Advir”).Seria o “Conhecer-te a ti mesmo” de Sócrates.

O sujeito irá reescrever uma história, passará pelos pontos que deverão ser passados para que consiga fazer a travessia, e nesse momento, uma grande transformação ocorrerá. 

Obs.: Se sentir necessário, leia o meu artigo de como trabalha um Psicanalista. 

FONTES: 

LACAN, J – Seminário 8, 10, 11, 22, 23, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed.

NASIO, J –D – O Livro da Dor e Amor, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 1997.

RODRIGUES, R-C – Caso Margarida – A Menida Flor: Um Estudo Sobre a Transferência – Trabalho de conclusão do curso de especialização – USP. 2008.

 ENTRE EM CONTATO

Fique a vontade para me enviar qualquer mensagem, como dúvidas, comentários, críticas, elogios, agendamento de entrevista inicial e etc. Retornarei o mais breve possível.

  CONTATOS

Rita de Cassia Rodrigues Pereira

Psicóloga e Psicanalista

  (11) 99988-9995

  rita@minhaanalista.com.br

  @DraRitaRodrigues

  @DraRitaRodrigues

  @DraRitaRodrigues

Rita de Cássia Rodrigues Pereira - Psicóloga e Psicanalista - (11) 99988-9995
Todos os Direitos Reservados